30.11.03

Sábado eu fui a uma festa e tive de colocar em prática meu poder de despistar pessoas chatas. Porque é sempre assim: as pessoas chatas, daquelas que falam bem perto do seu rosto e pegam no seu cabelo quando estão muito bêbadas, sempre aparecem quando você está em uma festa e não há nada que incomode mais do que isso. Quero dizer, calos nos pés e sapatos apertados costumam incomodar mais, mas você sabe do que estou falando.
Enfim, estava lá aquele cara que nunca conversa comigo direito mas, quando está bêbado, bate na mesa e pega no meu cabelo. É um terror. Especialmente por ele não ser interessante, e disso o mundo está cheio: boas pessoas que pegam em seu cabelo, mas não são nem um pouco interessante. Gostaria de ter uma máquina fotográfica para ter uma recordação de minha cara de tédio máximo. Isso sem contar que eu havia acabado de fumar uma marijuana e eu fico muito molenga e sem papo quando o efeito ainda está lá. Efeito que foi adicionado à garrafa de vodca com suco de uva. Ou seja,: eu estava fora do ar e realmente precisava fugir de coisas que não me proporcionavam diversão alguma.
Acontece e o que uma pessoa simpática e bem educada como eu pode fazer? Eu vou dizer: sumir. E olha que isso é difícil de ser feito em pequenos lugares. Difícil, mas não impossível. O canal é achar alguém com quem conversar a noite inteira. Não precisa ser um homem interessante, pode ser qualquer um. Ter muitos amigos pode facilitar nesse processo pois, por mais que você chegue sozinha em uma festa, você sempre encontra pessoas conhecidas. São nessas que você vai grudar. Mas não pode ser um grude semelhante àquele que seu amigo tenta em você. Afinal, você não quer alguém fugindo de ti, quer? Ter carisma e um bom papo facilita nessa hora. Grude na pessoa, converse algo realmente interessante e sinta-se feliz, pois o outro cara nunca vai se aproximar de você nessas condições. Especialmente se o cara for tímido.
Agora você deve estar pensando: "Essa Ramona se diz ser simpática, mas foge dos caras que gostam dela". Leitor, não é bem assim, na verdade. Ramona é simpática, sim. E digo mais: é uma pessoa espetacular. Só que eu não gosto de iludir ninguém, nem se ser agarrada por pessoas bêbadas. E, apesar de ser adepta da boa conversa para dispensar alguém, nesses casos não há nada melhor do que fugir.
postado por Angélica as 20:22 :: Comentários:



28.11.03

Personas Como Vós Alimentan Mi Fuego
Your beauty took my breath away, in awe all day
Your company was so relaxing, easy going ways
We saw the first signs of summer and springtime change
Walking barefoot along the sand, I hadn't planned to stay

Esse é o começo de uma música do Ash, Walking Barefoot, uma banda da qual gosto bastante. Ultimamente, tenho me sentido apaixonada pelos meus amigos. Afinal, os homens só têm me decepcionado, ao contrário de pessoas como Lupita e Ivete. Estar com pessoas queridas me faz muito bem pois sempre me sinto em casa com meus amigos. Não tenho medo de falar besteiras e ser mal-interpretada; não preciso me maquiar nem fazer escova para me encontrar com eles; posso dar abraços bem apertados e eles não acham que quero dar para eles. Estou apaixonada pelos meus amigos e estou muito feliz por isso. É por eles que eu continuo a gostar da vida.
postado por Angélica as 14:32 :: Comentários:


Personas Como Vós Alimentan Mi Fuego
Parece que minhas amigas sumiram. Depois que a Lupita chegou, Ramona simplesmente não aparece mais em casa. E eu fico aqui, na frente deste computador jogando Paciência.
Ontem, quando cheguei em casa, recebi uma ligação de Luiz Cesar. Não falei dele antes porque eu achei que não estava acontecendo nada. Na verdade não aconteceu. Mas ontem, quando ele me ligou eu fiquei mole. Tão mole que tive que encostar na porta e fui descendo até agaixar e ficar lá por 15, 20 minutos, sei lá, escutando a voz dele. Tão querido.
postado por rockcityagencia as 12:31 :: Comentários:



27.11.03

Esta faxina no guarda roupa não me fez bem. Dormi mal e acordei com o barulho de um vizinho que gosta de gritar "Me Bate" às 6h da manhã. Eu não mereço isso, decididamente não mereço.
Agora olho para o guarda roupa e está tudo lindo e organizado. Dá até dó de trocar de roupa. Hoje queria ficar de camisola e chinelo o dia todo. O que não adiantaria muita coisa. Bom, vou tentar sair deste quarto e procurar algum emprego pela região.
postado por rockcityagencia as 13:33 :: Comentários:



26.11.03

A moda é mesmo engraçada. Outro dia estava arrumando umas fotos da minha mãe, da época em que ela tinha a minha idade, e surpresa! ela se vestia praticamente como eu me visto hoje: calça jeans com cintura baixa, camisetinhas coloridas e charmosinhas e a velha e boa melissa nos pés. Super fashion, eu diria. Os acessórios eram bem menos discretos e muito mais coloridos do que os que a gente vê pelas ruas, mas até os óculos, com armação preta e lentes retangulares, lembram bastante os que passeiam sobre os narizes mais cults do momento.

É aquela velha história de que nada se cria, tudo se copia. Mudam um detalhezinho aqui, dão um toque ali e inventam um novo tipo de tecido ou combinação. Só que a essência, na verdade, é sempre a mesma. O que hoje virou hype, como dizem, amanhã já não se vê mais nas vitrines -- mas logo volta. Eu só espero que a próxima tendência não faça ressurgir das cinzas aquelas calças de cintura alta com os tops proporcionalmente curtos, que você também deve ter usado bastante junto com as famosas sapatilhas "alpargatas".
postado por Luciana C. as 21:03 :: Comentários:


Yo me presento
Hola, soy Lupita. Há quase 2 meses, mi novio foi embora e não voltou mais. Como estou desempregada e sem dinheiro, Ramona e Ivete me ofereceram um cantinho pra morar com elas. Mesmo assim, me sinto un poco solita, pero no mucho. Essas moças conseguem me fazer rir e esquecer dos problemas -- que, aliás, não são poucos. Cheguei atrasada porque estava no Paraguai, fui buscar uns produtos para vender enquanto não arrumo um bom emprego. Se estiver interessado é só me avisar que eu levo aí na sua casa. É tudo de ótima qualidade e com preços bem em conta.
postado por Luciana C. as 18:27 :: Comentários:


Escutamos Pete Yorn enquanto tiramos do armários as roupas amassadas. Um amigo de João Pessoa que é jornalista me deu uma cópia de "Musicforthemorningafter". Adorei.
No armário, uns cabides vazios, outros cheios. Organização não é meu forte. Roupas jogadas umas sobre as outras, tem peças que eu nem sabia que existiam ainda!
Atrás das pilhas de camisetas encontrei até um porta retrato da turma do colégio, engraçado. E um ursinho de pelúcia que Roberto me deu. Vai pro saco de doações. Mais tarde passo na igreja e deixo por lá. Não quero absolutamente nada dele por aqui. Ursinho de pelúcia é algo que eu não entendo por que ganho. Não gosto. Não vou usar. Nada prático, junta pó. E ainda pode trazer algum tipo de lembrança em hora desfavorável. Agora, por exemplo, eu não queria pensar em Roberto. Mas, vamos lá.
Joguei fora roupas novas e velhas. Droga, adorava este vestido preto, mas está tão remendado que nem dá para costurar de novo. E esta calça aqui? Nossa, bordados em todos os lugares. O que eu achei quando comprei isso? Espero não comprar mais roupas que não gosto para agradar outras pessoas, depois dá nisso - ficam amassadas, ocupam espaço e não adianta, eu não uso mais de uma vez.
Joguei meus tênis fora também. Acho que está na hora de gostar de sapatos. Já lotamos dois sacos enormes de roupas e daqui a pouco acho que não terei mais roupas para vestir. Preciso de um emprego, de preferência algum que me dá a possibilidade de comprar roupas novas.
postado por rockcityagencia as 13:21 :: Comentários:


A Veces Usted No Desea Usar Sus Ropas
Moda é algo que sai do nosso controle. Falo isso como mulher. Afinal, junto dos adolescentes que querem se vestir como o rock star do momento, somos o principal alvo de propagandas e desfiles de moda, além das famigeradas liquidações.

Blusas de um ombro só (e isso parece que está voltando novamente, para meu desespero), calças jeans com glitter (acompanhado pelo brilho no corpo, no caso de algumas popozudas), moletom amarrado nos quadris... Eu sou nova, mas já vi muita gente usando coisas que levam qualquer pessoa ao desespero (pelo menos uns anos depois).

Investigando os álbuns de família, você pode traçar um histórico estético da moda em sua vida. Qual mulher, hoje com seus vinte e poucos anos, nunca usou os vestidos de modelo trapézio, sempre ornados com a bermudinha de cotton. Lembro-me de um natal (mamãe sempre comprava roupas novas no natal e no ano novo para mim – bons tempos aqueles), lá pelos dez anos, em que vesti um conjuntinho trapézio roxo (da cor do vestido – não-trapézio – que estou usando hoje). Claro que a cerejinha no sorvete foi a meia-calça da mesma cor que usei. Glamour sempre foi meu nome do meio.

E as galochas, semelhantes às que mamãe ainda usa para lavar o quintal? Eu tinha uma, vermelha e do Pica-Pau. Pensando bem, pisantes vermelhos sempre foram protagonistas em meu armário. Além das galochas, eu tinha um tênis de cano alto cheios de olhos de Thundera – do Thundercats, lembra? Uma vez, enquanto eu bisbilhotava minha prima lavando o quintal da casa dela (com cândida), aconteceu o que você já imagina: a água sanitária espirrou em meus lindos pisantes poderosos (oh, sim, pois eu ainda acreditava que aquilo me daria poderes semelhantes aos de Wilykit e Wilykat). De vermelho ele passou para rosa-desbotado-cor-de-burro-quando-foge. E eu entrei em séria crise de depressão. Minha prima não me deu um tênis do Thundercat novinho em folha, mas me deu uma sapatilha Tai-Pan da Azaléia – similar às Moleca de hoje em dia. Foi quando esqueci da vida, só usava essa sapatilha. Era confortável e, na minha concepção estética dos dez anos, era linda.

E as saias vaporosas estilo indiano? São uma delícia de se usar, especialmente num dia de calor caribenho, mas são feias demais. Claro que 93746 pessoas vão discordar de mim, mas eu não ligo. Aquela coisa gigante e esvoaçante pendendo dos quadris é algo que ninguém merece. E quando orna com batas de algodão cru? Sinal da cruz, bate na madeira três vezes.

Hoje, algo que faz meus olhos se encherem de lágrimas de desespero é aquela mania que as patricinhas têm de usarem minissaia jeans com uma calça fusô (há anos não uso essa palavra) por baixo. Não sei se é por que a precursora dessa péssima mania acabara de sair da academia e esqueceu de tirar. Só sei que é feio de dar dó. Para falar a verdade, acho que as patricinhas são as pessoas com o gosto mais duvidoso do Brasil. Quando eu estava no colegial, inventaram aquele tênis Bamba com salto. Parecia sapato de policial feminina. O tênis ainda deveria ornar com a calça fusô (qual é a dessa calça com as patricinhas, meu Deus?), um meião de algodão e o moletom da marca Polo tampando os quadris. Quando estava calor, iam de camisas modelo pólo ou com aquele ursinho babaca da Polo. E como se achavam as gurias que tinham isso... Quer um exercício saudável, gratuito e divertido para saber como é a moda dessas meninas ricas? Dê um passeio no Shopping Iguatemi, de São Paulo. É batata.

O pior de tudo nem é apontar algumas das modas ridículas que já desfilaram por aí ao longo dos tempos. O pior de tudo é relembrar que todas essas peças mequetrefes da moda já passaram por nosso guarda-roupa. E ainda espero o dia em que darei risada da Melissinha de bico fino, da bolsa estilo carteiro e das camisetas coloridas.
postado por Angélica as 13:13 :: Comentários:


A veces usted no desea usar sus ropas
Hoje acordamos inspiradas. Faxina total no guarda-roupa.
postado por rockcityagencia as 12:45 :: Comentários:



25.11.03

Hombres que deseamos
Quis Mauricio durante três anos. Não era Rick, Charles, Ray ou Roy. Era Mauricio. Aquele loiro aguado. Magricelo. Não queria mais nada, apenas um passeio de mãos dadas pelo pátio da escola. E Mauricio queria Keyla. E Keyla era minha amiga. A única vez que o loiro-aguado veio falar comigo com segundas intenções foi para falar de Keyla. Morri. Depressão durante algumas semanas.
Depois aprendi que aquele barco estava encalhado e comecei a olhar para os lados. Mas demorei anos na empreitada Mauricio. Depois disso, desejava peixes grades como John Taylor, do Duran Duran e Morten Harket, do A-ha. Tinha posteres por todos os lugares até o dia que achei que regredi no sentido de desejar. Tirei os posteres. Todos. E não tinha namorado. Nem pensava nisso.
O absurdo chegou a tanto que todas as minhas amigas queriam me empurrar dezenas de meninos da mesma classe. E tudo o que eu pedia era para me deixar quieta escutando "Take on Me".
A febre Harket-Taylor passou quando conheci André. Lindo. Algo perto da beleza dos deuses, mas tinha certeza que seria algo novamente platônico, quando um belo dia ele veio falar comigo. Fiquei pálida, zonza, mãos suadas. André era uma mistura entre Morten Harket e John Taylor só que melhor, era homem. E virou meu namorado. E fomos felizes. Um dia ele foi embora para a Austrália com os pais. Novamente fiquei chateada. Mas passou.
Hoje, sinceramente, quem me deixaria feliz é o Johnny Deep. Ele é verdadeiro. E parece ser homem. O que é muito importante. Mas queria por algumas horas, para algum lazer. Atualmente preciso mesmo é de alguém que compactue horas de sexo sem algum compromisso e nem Johnny Deep me convenceria para algo diferente disso.
postado por rockcityagencia as 21:05 :: Comentários:


Homens que Cobiçamos
Travis Fimmel... Olhos azuis, corpo escultural, cabelos loiros e longos. Esse é o cara do meu momento. E não de agora. Ano passado, ele era modelo da Calvin Klein. Só de cuecas e um volume nas calças (ou cuecas?) atípico, pelo menos se pensarmos no volume nas calças dos caras normais, desses que andam por aí. O volume era tão atípico que o anúncio das cuecas, fixado em tamanho gigante em Londres, parou o trânsito. Literalmente. Isso sim é um cara de parar o trânsito, desses que não encontramos por aí. Agora, ele é o Tarzan do seriado homônimo que estreou neste mês no canal por assinatura Warner Channel. Vou te dizer uma coisa: esse australiano em movimento é o que há. Subindo paredes, pulando de carro em carro como um verdadeiro orangotango é tudo que uma mulher precisa em uma noite depressiva. Sou a favor de cada mulher ter um Travis Fimmel em casa. Seria o fim de qualquer infelicidade no mundo. Talvez este blog nem existiria. Afinal, do que raios reclamaríamos?
postado por Angélica as 19:57 :: Comentários:


Ramona rima com reclamona e é assim que eu sou. Vivo me lamentando. Mas, olha só, entrei em uma fase de parar de reclamar. Afinal, reclamar já ajudou alguém a conseguir algo? Não, né? Tenho um sub-emprego, amigos sensacionais – que me ligam à tarde e falam o quanto sou especial -, boas perspectivas. Inteligente, bonita, tudo isso que todo mundo gosta em mim. Mas só me apaixono pelos caras cegos e eles são o motivo das minhas dores de cabeça, lágrimas em banheiros e reclamações. Por eles, nunca deixo de ser uma garota reclamona. E boba. Mas eu sou assim mesmo e, as pessoas pelas quais me interesso não enxergam, o problema não é meu. Não mesmo.

Moro com Ivete em um cortiço na zona leste da capital paulistana, onde os ratos comem da nossa comida e os homens também. Todos calhordas, desses que usam bigode e tudo – os ratos e os homens, existe alguma diferença? Somos vacinadas contra homens, mas não conseguimos viver sem. Sub-empregada, subnutrida, sub-amada, suburbana mesmo. Tudo “sub”, como a vida que tentamos levar todos os dias. Mas a diversão existe, sim, e cá estamos nós, nos divertido e atirando pedras nos homens/ ratos que aparecem nas nossas vidas. E, claro, sempre vão aparecer. E há remédio? Não, não há. O jeito é relaxar e gozar, como diria a esperta sabedoria popular.
postado por Angélica as 14:15 :: Comentários:


Un poco más
Sou Ivete. 28 anos. Paraguaia. Sim, sou paraguaia. Nasci em uma cidade que é divisa entre Brasil e Paraguai. Morei em Campo Grande até algum tempo atrás. Hoje estou em São Paulo. Desempregada, tentando oportunidades depois de ser literalmente largada por Roberto. Ainda há dinheiro no banco e o aluguel daqui não é caro. Moro com Ramona, nos conhecemos aqui em São Paulo...
postado por rockcityagencia as 14:12 :: Comentários:


No meio dos cestos cheios de papel joguei minhas esperanças, fiz minhas malas e hoje estou aqui com Ramona, que escreve comigo sobre homens cegos.
E eles assim são.
Não todos, mas aqueles para quem costumamos dar alguma atenção costumam ser. Na maioria das vezes querem mais liberdade, mais atençãoo, mais sexo, mais peito, menos ciúme e sei lá, a gente costuma dar o que a gente tem, o que a gente sabe dar.
Hoje, escrevo isso encostada neste peitoral que me dá como vista uma avenida cheia de carros e onde o cimento traz a emoção de apartamentos agrupados, pequenas famílias buscando amor. Até quando ficarão assim? Até quando deixarão de ser cegos por estarem apaixonados? Ou ser cegos por não estarem?
Acredito que a incostancia masculina cega os homens que queremos e, de apaixonados, eles se tornam cegos por nós.
E arrumam outra.
Agora mesmo estão cegos por aquela menina ali.
Vai entender...
Se alguém for cego por mim, permita me pedir para que não o seja. Peço que me veja bem, cada parte. E não se iluda.
Eu sou assim: Ivete Martinez. Cheia de qualidades e defeitos e cego você pode perder algum detalhe e se arrepender depois. Não se iluda, eu sou de carne e osso.
E a meta agora são homens que enxergam bem. Homens de verdade. Que tem a mesma dificuldade que eu ou você de fazer romance. Que tem contas para pagar, empregos complicados. Que faz esperar com algum prazer. Que protege. Que senta do seu lado em escadas geladas com seus amigos. Que troca os mais diversos olhares.
Homem é cego, mas eu queria um que não fosse. Queria um que olhasse para o mundo e quisesse sentí­-lo como eu quero. E para isso, não pode ser cego. Tem que ser honesto, comigo e com ele e com todos.
Ramona, quero sim ter a sensação que encontrei alguém que me entende. Mas agora, na real, eu quero mesmo é olhar no espelho e ver que entendo o que está na minha frente.
postado por rockcityagencia as 13:44 :: Comentários:


A solução, quando você não agüenta mais o seu mudo, é trocar. Trocar de ares, de cabelo, de cara. E planejar como você vai fazer isso, começando das pequenas coisas: uma tatuagem? Um novo corte de cabelo? Novos amigos? Grudar nos que te fazem bem, isso sim. E leva-los para o mundo onde você vai, nem que seja somente no coração.
Sumir e fazer com que sintam nossa falta. Esse é o canal.
Eu quero só usar saltos altos e ser metido até me chutarem a cara. Por que ninguém me merece nesse mundo mesmo, bando de babacas. (OK, meus amigos me merecem)
postado por Angélica as 12:36 :: Comentários:



24.11.03

Los Hombres Ciegos
Quando fui informada que o tema do nosso primeiro post seriam os caras cegos, pensei: "Como assim? Tipo aqueles que andam com labradores para guiá-los nas ruas?" Na-na-ni-na, são aqueles que nunca enxergam nosso verdadeiro valor. Resumindo: 98% dos que estão por aí. Homens são previsíveis: você sabe exatamente do que eles gostam. Como vi em um filme (cujo nome esqueci) na TV a cabo no domingo: eles querem uma mulher ara andar de mãos dadas na rua e uma vadia na cama. Eles querem garotas gostosas, que não pensem demais para não contestá-los e que falam seus amigos ficarem morrendo de inveja quando ele conta o que a guria faz na cama. E, por mais que neguem essa previsibilidade (palavrinha complicada essa), eles são assim e ponto. E temos todo o direito de fala que eles são previsíveis por que é assim mesmo que funciona.

O que pode ser um problema para nós, mulheres complicadas e sempre à beira de um ataque de nervos. Pois, por mais inteligente, glamurosas e sensacionais que somos, os caras pelos quais nos interessamos sempre são os mais previsíveis, os que não enxergam que ter pessoas como nós a seu lado é mais do que vantagem: é uma benção. Poder conversar sobre a filosofia inserida em Matrix, sobre como as letras no Teenage Fanclub são deliciosamente inocentes ou sobre porque Joey e Rachel juntos, em Friends, fica esquisito, é bacana. Depois do sexo, então, é mais divertido ainda. Eu adoraria cantar Hands Down, do Dashboard Confessional, para alguém que merecesse, por exemplo. Não é para qualquer cara que eu vou dizer: "my heart is yours to fill or burst, to break or burry, or wear as jewerly", entende?

Mas é claro que nem todos são assim tão tapados. Tem os caras que percebem que ter uma pessoa tão glamurosa como nós ao seu lado é algo que enriquecerá suas existência como poucas coisas. E, como a vida é um grande seriado, nunca dá certo exatamente por que não são os caras dos quais gostamos. Nunca. Afinal, conflitos existenciais apimentam as séries e atraem público. Nossa vida, portanto, tem de ser um eterno drama, cheio de conflitos e domingos depressivos. Até que encontremos o cara que, apesar de cego, admita usar um labrador e perceba que somos fabulosas.
postado por Angélica as 21:11 :: Comentários: